A Polícia Civil do Paraná concluiu um inquérito que resultou no indiciamento de um monitor prisional, de 39 anos, e de um detento, de 53 anos, por envolvimento em um esquema de corrupção dentro da Cadeia Pública de Nova Esperança, no noroeste do estado.
O caso ocorreu em janeiro de 2021, quando o monitor permitiu que o interno utilizasse um aparelho celular dentro da unidade, mediante o pagamento de R$ 150,00 por hora. A irregularidade foi descoberta durante uma vistoria na cela, na qual os agentes localizaram um telefone móvel em posse do detento. Durante a abordagem, ele alegou que o aparelho pertencia ao monitor e que a cobrança pelo uso era feita de forma recorrente.
O monitor prisional, que já foi desligado da função, negou envolvimento e afirmou ter sido alvo de ameaças dentro da unidade, o que teria motivado sua transferência para outra cidade.
De acordo com o delegado Diego Troncha, “Com base nas provas obtidas, a Polícia Civil indiciou o detento pelo crime de corrupção ativa e o monitor pelo crime de corrupção passiva, ambos previstos no Código Penal. Apesar de ter sido contratado por meio de processo seletivo simplificado, a função de monitor prisional não se equipara à de um policial, mas ainda é considerada um cargo público para fins penais, o que agrava a responsabilidade do servidor.”
O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público, que agora analisará a possibilidade de apresentar a denúncia à Justiça. Caso sejam condenados, os envolvidos podem enfrentar penas que variam de dois a doze anos de reclusão, além do pagamento de multa.