Leia um resumo
Em 2025, os brasileiros trabalharam até 29 de maio apenas para pagar impostos, taxas e contribuições.
A carga tributária efetiva ficou em 40,82% da renda, equivalente a 149 dias de trabalho.
O maior peso recai sobre o consumo, seguido da renda e do patrimônio.
No ranking da OCDE, o Brasil ocupa a 14ª posição, atrás de países com serviços públicos mais eficientes.
Brasileiros trabalharam até 29 de maio de 2025 apenas para pagar tributos, aponta estudo 
Segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), em 2025, o brasileiro precisou trabalhar 149 dias, até 29 de maio, exclusivamente para pagar impostos, taxas e contribuições. A carga tributária efetiva neste ano corresponde a 40,82% da renda.
O estudo mostra que, apesar de pequenas variações, o peso dos tributos continua elevado ao longo dos anos. Em 2003, era de 36,98% e, em diversos momentos da década passada, ultrapassou os 41%. A marca de 149 dias se manteve a mesma de 2024, ano bissexto, refletindo fatores como a reoneração da folha de salários e o aumento do ICMS em dez estados.
De acordo com o presidente do IBPT, João Eloi Olenike, é preocupante que, mesmo após décadas de elevada carga tributária, o brasileiro ainda trabalhe quase cinco meses por ano apenas para manter o Estado, sem perceber retorno em serviços públicos de qualidade.
A maior parte dos tributos recai sobre o consumo, representando 22,73% da renda, ou 83 dias de trabalho. Já os impostos sobre a renda, como o Imposto de Renda Pessoa Física, consomem 15,06% (55 dias). Tributos sobre o patrimônio, como IPTU e IPVA, correspondem a 3,03%, ou 11 dias.
O estudo também detalha por faixa de renda: quem ganha até R$ 3 mil ou cerca de R$ 6.500 trabalha até 29 de maio para pagar tributos. Para a classe média, com renda entre R$ 3 mil e R$ 10 mil, esse prazo vai até 22 de maio. Já quem recebe acima de R$ 10 mil precisa trabalhar até 5 de junho, devido à maior incidência do Imposto de Renda.
No comparativo internacional, o Brasil ocupa a 14ª posição entre países da OCDE, com 122 dias de trabalho para pagar tributos, atrás de Alemanha (143), Itália (151) e Dinamarca (153). A principal diferença está na qualidade dos serviços públicos oferecidos, que, nesses países, são mais eficientes.
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